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Assupira mobiliza campanha para levar atletas piracicabanos às Surdolimpíadas 2025 em Tóquio

Publicada em: 31/07/2025 16:58 - Piracicaba Esportes

Dois atletas da região estão a um passo de disputar a principal competição mundial para esportistas surdos, mas dependem de apoio financeiro para realizar o sonho. João Pedro de Freitas, de 22 anos, e Denilson Santos Bastos, de 28, ambos ligados à Assupira (Associação dos Surdos de Piracicaba), foram convocados pela Confederação Brasileira de Desporto de Surdos para integrar a Seleção Brasileira de Vôlei nas Surdolimpíadas 2025, que acontecem de 15 a 26 de novembro, em Tóquio, no Japão.

Evento multidesportivo mais antigo depois dos Jogos Olímpicos, as Surdolimpíadas foram criadas em 1924, em Paris. A competição surgiu para oferecer igualdade de condições, já que pessoas surdas não participam das Olimpíadas (por estarem em desvantagem em relação a ouvintes) nem das Paralimpíadas (onde teriam vantagem sobre outras deficiências).

Apesar de ser o maior evento esportivo do mundo para atletas surdos, a Confederação Brasileira de Desporto de Surdos ainda não obteve patrocínio para custear a delegação nacional. Com isso, cada atleta convocado precisará arcar com todas as despesas de viagem, hospedagem, alimentação, uniformes e taxas de competição – um valor estimado em R$ 30 mil por atleta.

Diante da situação, a Assupira lançou uma campanha de arrecadação para garantir a presença dos dois representantes da Associação em Tóquio. “É um momento histórico para nossos atletas, que conquistaram a vaga com muito esforço. Eles levam o nome do Brasil, mas também o de Piracicaba para o mundo, e não podem ficar de fora por falta de recursos”, afirma a presidente da Assupira, Giselle Lorena Milhomem.

A entidade busca parcerias com empresas, instituições e cidadãos para custear, total ou parcialmente, os gastos da viagem. A prioridade imediata é a compra das passagens aéreas, dada a proximidade da competição. “Cada dia que passa, os valores aumentam. Se não houver patrocínio, os atletas terão de assumir os custos, o que é um grande desafio, já que muitos dependem de salários modestos do chão de fábrica”, reforça a presidente. Atualmente, somente a passagem aérea para cada atleta está orçada em R$ 9.500.

TRAJETÓRIA - João Pedro, conhecido como “JP”, é atleta desde os 15 anos. Atuou por muitos anos em equipes de ouvintes até ingressar, em 2019, na equipe de vôlei de surdos. Entre as principais conquistas, destacam-se o 3º lugar no Campeonato Paulista (2020/2021), o 6º lugar na 24ª Summer Deaflympics (2021), a medalha de prata no Panamericano de 2024, além do 6º lugar no Campeonato Brasileiro de Clubes (2019), 4º lugar na Liga Regional de Campinas (2018) e participações nos Jogos Regionais em 2018 e 2023.

Já Denilson é atleta surdo desde os 14 anos e acumula medalhas em campeonatos nacionais e internacionais. Entre as principais conquistas está o ouro no Campeonato Brasileiro de Vôlei (2024); o quinto lugar na 23ª Summer Deaflympics, em 2017, na Turquia; além da medalha de prata nos 6º Jogos Panamericanos de Surdos e o sexto lugar no Circuito Nacional de Vôlei de Praia, ambos também em 2024.

SONHO - Para Denilson, a convocação é a realização de um objetivo perseguido por anos. “Estar entre os escolhidos para representar o Brasil é a prova de que todo o esforço valeu a pena. Sempre sonhei em vestir a camisa da Seleção em uma Surdolimpíada, e agora só quero poder estar lá, dando o meu melhor e trazendo orgulho para minha cidade e meu país”, afirma.

João Pedro destaca que a oportunidade vai além do esporte. “Quando recebi a notícia da convocação, senti uma mistura de emoção e responsabilidade. É uma chance de mostrar que os atletas surdos podem chegar longe, mesmo com tantas dificuldades. Quero inspirar outras pessoas surdas a acreditarem nos seus sonhos”, diz o jovem jogador.

FORMAS DE APOIO - Empresas, instituições e pessoas físicas podem colaborar de diferentes maneiras: pagando as despesas dos treinos dos atletas, ajudando na preparação para a competição; patrocinando, integral ou parcialmente, os custos com passagens aéreas, alimentação, estadia e taxas da viagem ao Japão; realizando campanhas de captação de recursos, como eventos beneficentes, ações de doação ou financiamento coletivo; autorizando a equipe da Assupira a vender rifas em eventos corporativos ou de grande público, contribuindo para a arrecadação dos valores necessários.

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