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Coluna: Psicologia no Dia a Dia

Publicada em: 26/08/2025 07:52 -

Vemos o cisco no olho do outro, mas não vemos a pedra no nosso! Por que?!

     Bom dia, caro leitor! Saúde e Paz para nós!

     Após uma pausa forçada, eis que retorno para refletirmos sobre um assunto que, parece-me, refletimos pouco: nossa tendência em julgar e criticar os erros alheios concomitante à nossa cegueira em relação aos nossos próprios erros.

     A dificuldade em vermos nossas falhas, em Psicologia, tem um nome: autodefesa. E do que nos defendemos?!

     No geral, sentimos muito medo de termos uma imagem ruim perante os demais, que eles não nos admirem, nos considerem. Temos medo de não sermos amados se virem nossos defeitos. E aí, como uma forma de não admitir as próprias falhas, tendemos a ver só as falhas alheias (o cisco) como se não as tivéssemos também (a pedra).

     Quando negamos nossas falhas e realçamos as dos demais, fazemos parecer que não erramos, que temos sempre razão, que não tem por que o outro não nos querer bem! A questão é que, mais cedo ou mais tarde, alguém verá nossas falhas e nos dirá sem rodeios: “você não é tão perfeitinho como pensa”!!!

     Em dias de tão pouco diálogo, de uso da força para se conseguir o que se quer, fazer uma autoanálise é fundamental para não sermos desmascarados lá na frente. Além do que, nem sempre o que achamos ser terrível em nós é tão sério assim. Usamos, muitas vezes, a régua do outro para medir as nossas falhas e aí não conseguimos discernir se realmente estamos falhando ou se é o outro que exagerou na dose da crítica sobre nós.

     Como sair disso?! Auto-observação e muita sinceridade conosco mesmos! Já falei disso outras vezes aqui. Precisamos nos observar com atenção nas mais variadas situações e ver o que está gerando nossos sentimentos e pensamentos de uma determinada maneira! É fundamental compreendermos nossas reais motivações e nos ajustarmos a um modo que faça mais sentido para nós e não para os demais!

     Autenticidade é uma das características das relações verdadeiras: não se teme falar e expressar o que realmente se sente, pois sabe-se que o outro fará o mesmo. Relações autênticas baseiam-se no respeito ao diferente, todos tem o direito de ser como são, sem necessariamente termos que concordar com o posicionamento diferente do interlocutor.

     Se temos receio de ser quem somos e tentamos nos moldar o tempo todo para sermos aceitos, cuidado! O amor que recebemos pode não ser verdadeiro, mas condicionado a sermos como o outro espera e não como realmente somos! Uma pena, pois reprimimos nossa essência e o outro perde a oportunidade de usufruir daquilo de único que cada um de nós tem a oferecer!

 

     Paz e bem aos que não temem se rever e não abrem mão de ser autênticos!

 

Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269

Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.     

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