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Coluna: Adriana Passari fazendo histórias - 31-10-2025

Publicada em: 31/10/2025 07:46 -

Por Adriana Passari - @adrianapassari

 

Intuição

 

Sentia o cheiro de enganação à distância. Desde pequena a mãe percebeu que a menina pegava as coisas no ar com facilidade. Era difícil fazer alguma surpresa pra ela sem deixar rastro.

Por isso mesmo, não gostava de surpresas. Sempre descobria antes e acabava tendo que fingir para não magoar as pessoas. Adivinhava finais de filmes e novelas antes das revelações finais. Essa menina devia ser detetive, dizia o pai, sem esconder o orgulho da cria.

Quando criança ganhou de presente o jogo Detetive e brincou muito com a família, quase sempre era a primeira a adivinhar: Coronel Mostarda, com o candelabro na biblioteca!! Gritava toda empolgada!! Dona Branca, com a faca na sala de música!!  Certo Natal chegou a ganhar uma roupinha feita sob medida inspirada no personagem Sherlock Holmes.

O pai queria acrescentar um cachimbo de verdade à fantasia para ficar mais completa, mas a mãe vetou, trocou por uma lupa, muito mais legal. Ela se divertiu muito! Uma das coisas que ela mais gostava era da literatura. Lia de tudo um pouco, e muito do que mais curtia, os livros de mistério. Leu muitas obras de Ágatha Christie e de outros autores conhecidos ou não.

Na vida real, a menina cresceu e se tornou uma requisitada psicóloga. Gostava de interpretar as mentes das pessoas e usava seu talento natural para ajudar no trabalho. Muitas vezes intuía aquilo que o paciente demorava para revelar. Mas ela sabia que com as pistas certas, ambos iam encontrar as respostas.

 

Ouça a história na voz de Adriana Passari:

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