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Coluna: Paradas pro Sucesso com Juliana Previtalli

Publicada em: 19/01/2025 12:12 - Colunas

Graças e louvores sejam dados a todo momento

            As histórias das irmãs Ivânia e Toninha caminharam juntas, desde a infância, partilhando os brinquedos, as guloseimas, os amigos, as alegrias e as tristezas. Iam juntas à escola, ao cinema e às missas. Toninha ministrou a catequese da Igreja Católica a crianças, a jovens e a adultos e, com seus ensinamentos, preparou-os para receber os sacramentos da Primeira Eucaristia, da Crisma e do Batismo. Até hoje, desfrutam da sólida amizade fraternal. Um acontecimento, há 17 anos, mudaria o futuro de ambas.

                Quando adolescentes, aprenderam a fumar com Aristeu, namorado de Toninha. Com o tempo, ele abandonou o hábito, enquanto as moças se tornaram dependentes em nicotina – Ivânia, aos 13 e Toninha, aos 16 anos. Abel, namorado de Ivânia, também fumava. Os dois casaram-se muito jovens, aos 18 anos. As moças só paravam de fumar nas gestações dos filhos e, logo após o parto, voltavam ao consumo dos cigarros.

                Aos 49 anos, Antônia fora diagnosticada com DPOC—Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Tossia muito e sentia falta de ar. O exame de tomografia revelou a presença de enfisema. Assustada com a notícia, pediu ajuda, a seu médico, para tratar o tabagismo, sem êxito — consumia quatro maços ou oitenta cigarros, por dia — elevadíssima dependência química.  Passou a colocar, em suas orações, o pedido da cura do tabagismo. No ano de 1987, em 29 de Junho, dia de São Pedro, assistia à missa na Paróquia de mesmo nome, em Piracicaba. Durante as oferendas, aproximou-se Sueli, pilar do grupo de oração. Esta segredou-lhe, ao ouvido, que, em breve, alcançaria uma graça relacionada ao cigarro. Admirada, Toninha passou a rezar com ainda mais fervor e, finalmente, conseguiu parar de fumar. Depois de alguns meses, ao repetir o exame, maravilhou-se ao saber que se encontrava normal.

                O caminho de Ivânia, todavia, continuou enevoado com a fumaça dos seus cigarros e os de Abel. Não conseguiam livrar-se dos cigarros. Certa vez, sentada na sala de espera cheia de um consultório médico, um rapaz jovem pôs-se à sua frente, pedindo para falar-lhe. Ao levantar-se, revelou que Jesus lhe mandara dizer que Ele a amava. Sem ação, Ivânia ficara alguns segundos paralisada e, quando saíra à procura do rapaz, não o encontrou.                                                                                                          

                O tabagismo pesou-lhe sobremaneira. Durante o ano de 2023, Abel submetera-se ao difícil tratamento de um câncer no pulmão com quimioterapia e imunoterapia. Ivânia acompanhara-o em todas as etapas. Ao final daquele ano, aturdida e alarmada, buscara um pneumologista para avaliação e exames. Chorou quando ouviu as palavras: nódulo; contornos espiculados; malignidade e biópsia. A história repetia-se. A confirmação de que, também, possuía uma neoplasia pulmonar veio em Janeiro, com a realização da biópsia. Um mês após, exaurido em suas forças, Abel falecera.

                Como consequência, apareceram Ivânia e Toninha em meu consultório, apreensivas e totalmente entregues. A amiga Marilza Tomé, cujo marido tratara o tabagismo comigo, me indicara a elas.

                — Preciso parar de fumar, Dra. Juliana, antes da cirurgia que me extirpará parte do pulmão, disse Ivânia.

                Ainda sem saber o estadiamento do câncer, que traçaria o prognóstico, confiou em mim.

 

Juliana Previtalli é médica cardiologista

Agendamentos por mensagem para 97123-1361 

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