Graças
e louvores sejam dados a todo momento
As histórias das irmãs Ivânia e
Toninha caminharam juntas, desde a infância, partilhando os brinquedos, as
guloseimas, os amigos, as alegrias e as tristezas. Iam juntas à escola, ao
cinema e às missas. Toninha ministrou a catequese da Igreja Católica a
crianças, a jovens e a adultos e, com seus ensinamentos, preparou-os para
receber os sacramentos da Primeira Eucaristia, da Crisma e do Batismo. Até
hoje, desfrutam da sólida amizade fraternal. Um acontecimento, há 17 anos,
mudaria o futuro de ambas.
Quando adolescentes, aprenderam
a fumar com Aristeu, namorado de Toninha. Com o tempo, ele abandonou o hábito,
enquanto as moças se tornaram dependentes em nicotina – Ivânia, aos 13 e
Toninha, aos 16 anos. Abel, namorado de Ivânia, também fumava. Os dois
casaram-se muito jovens, aos 18 anos. As moças só paravam de fumar nas
gestações dos filhos e, logo após o parto, voltavam ao consumo dos cigarros.
Aos 49 anos, Antônia fora
diagnosticada com DPOC—Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Tossia muito e
sentia falta de ar. O exame de tomografia revelou a presença de enfisema.
Assustada com a notícia, pediu ajuda, a seu médico, para tratar o tabagismo,
sem êxito — consumia quatro maços ou oitenta cigarros, por dia — elevadíssima
dependência química. Passou a colocar,
em suas orações, o pedido da cura do tabagismo. No ano de 1987, em 29 de Junho,
dia de São Pedro, assistia à missa na Paróquia de mesmo nome, em Piracicaba.
Durante as oferendas, aproximou-se Sueli, pilar do grupo de oração. Esta
segredou-lhe, ao ouvido, que, em breve, alcançaria uma graça relacionada ao
cigarro. Admirada, Toninha passou a rezar com ainda mais fervor e, finalmente,
conseguiu parar de fumar. Depois de alguns meses, ao repetir o exame,
maravilhou-se ao saber que se encontrava normal.
O caminho de Ivânia, todavia,
continuou enevoado com a fumaça dos seus cigarros e os de Abel. Não conseguiam
livrar-se dos cigarros. Certa vez, sentada na sala de espera cheia de um
consultório médico, um rapaz jovem pôs-se à sua frente, pedindo para falar-lhe.
Ao levantar-se, revelou que Jesus lhe mandara dizer que Ele a amava. Sem ação,
Ivânia ficara alguns segundos paralisada e, quando saíra à procura do rapaz,
não o encontrou.
O tabagismo pesou-lhe
sobremaneira. Durante o ano de 2023, Abel submetera-se ao difícil tratamento de
um câncer no pulmão com quimioterapia e imunoterapia. Ivânia acompanhara-o em
todas as etapas. Ao final daquele ano, aturdida e alarmada, buscara um pneumologista
para avaliação e exames. Chorou quando ouviu as palavras: nódulo; contornos
espiculados; malignidade e biópsia. A história repetia-se. A confirmação de
que, também, possuía uma neoplasia pulmonar veio em Janeiro, com a realização
da biópsia. Um mês após, exaurido em suas forças, Abel falecera.
Como consequência, apareceram
Ivânia e Toninha em meu consultório, apreensivas e totalmente entregues. A
amiga Marilza Tomé, cujo marido tratara o tabagismo comigo, me indicara a elas.
— Preciso parar de fumar, Dra.
Juliana, antes da cirurgia que me extirpará parte do pulmão, disse Ivânia.
Ainda sem saber o estadiamento
do câncer, que traçaria o prognóstico, confiou em mim.
Juliana
Previtalli é médica cardiologista
Agendamentos
por mensagem para 97123-1361