Para
fortalecer a capacitação em educação especial de toda a equipe escolar das
escolas municipais de Saltinho, o Departamento de Educação promoveu, na manhã
de quinta-feira (30), uma palestra com a psicóloga Sandra Bezerra. Especialista
em logoterapia e avaliação psicológica, além de pós-graduada em direção e
desenvolvimento de pessoas, Sandra compartilhou seus conhecimentos em um
encontro realizado de forma virtual.
Segundo
a psicóloga, o objetivo da palestra foi apresentar estratégias simples e
eficazes para que educadores e a equipe pedagógica estejam mais preparados para
promover a inclusão de forma eficiente e acolhedora.
Um
dos temas abordados foi o impacto do diagnóstico de anomalias ou deficiências
no âmbito familiar. “Receber a notícia de que um filho terá uma condição
especial pode desencadear uma variedade de sentimentos nos pais. Inicialmente,
é comum que sintam choque e preocupação, além de se sentirem sobrecarregados
diante das incertezas sobre o futuro da criança e das mudanças na dinâmica
familiar”, explicou Sandra.
A
psicóloga também destacou que, em alguns casos, pode haver negação e até
rejeição. “A vida passa por uma transformação significativa nesses momentos”,
acrescentou. “Atualmente, a deficiência é compreendida como um fenômeno que
ocorre na relação do indivíduo com seu meio físico, social, cultural e
político”, afirmou.
Pessoas
com deficiência são aquelas que apresentam impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em interação com
diversas barreiras, podem dificultar ou obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
A
deficiência é caracterizada por qualquer perda ou anormalidade em uma estrutura
ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que resulte em incapacidade
para o desempenho de atividades dentro do padrão considerado normal para o ser
humano. Essas deficiências podem ser classificadas em cinco categorias: física,
auditiva, visual, intelectual ou múltipla.
“A
inclusão social não significa apenas permitir que pessoas com deficiência
ocupem os mesmos espaços físicos e sociais que os demais, mas sim garantir que
sejam acolhidas, respeitadas e que suas potencialidades sejam reconhecidas.
Para isso, é essencial disponibilizar os apoios necessários para sua
participação efetiva nesses ambientes”, explicou Sandra.
Sandra
Bezerra também abordou temas como barreiras atitudinais, acessibilidade e
capacitismo, além de enfatizar que o termo correto é "pessoa com
deficiência". “Antes de qualquer condição, todos devem ser tratados como
pessoas”, ressaltou.
A
psicóloga ainda discorreu sobre direitos assegurados, prevenção, proteção e
cuidados, educação inclusiva, o papel da equipe escolar nesse processo,
compromisso e ética, além de estratégias para o trabalho com as crianças e a
importância da troca de experiências entre os profissionais da educação.
O
autismo também foi um dos focos da palestra. “O autismo pode ser classificado
em grau leve, moderado ou severo, de acordo com o nível de apoio necessário
para que a pessoa realize as atividades do dia a dia”, explicou.
Ela
enfatizou que “o autismo não é uma doença, mas sim uma condição neurológica
caracterizada por dificuldades no desenvolvimento da linguagem, nos processos
de comunicação, na interação social, nas funções sensoriais e no
comportamento”.
Outro
tema amplamente discutido foi o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade). A psicóloga abordou curiosidades sobre o transtorno, além de
apresentar estratégias gerais e metodologias para o ensino de crianças com essa
condição.