O outono e o corpo!    

 

     Bom dia, caro leitor! Que estejam todos bem!

     Com a chegada do outono, tenho olhado mais para as cores da Mãe Natureza que vem mudando, pouco a pouco. Você já percebeu essas mudanças de cores? Se não, gostaria de convidá-lo a observar este processo que está em curso nas árvores, arbustos, plantas.

     No geral, as cores neste momento do ano são cores como o amarelo, o laranja, o marrom. É como se a Natureza nos dissesse: estou a caminho do recolhimento, o que se completará totalmente no inverno!

     Fiquei imaginando que na nossa Vida, o mesmo se dá: vivemos ciclos de expansão e recolhimento de energia vital, de movimentos e pausas, e estas últimas são fundamentais para nos recarregarmos de forças para novas etapas, novos projetos, novos começos.

     A questão que quero colocar aqui é: nesta Vida tão agitada como a que temos vivido, cheia de compromissos, lutas para conquistarmos nossas metas e objetivos, será que temos nos dado tempo para a renovação? Para o refazimento de nossas energias? Para a revitalização e até recuperação do próprio corpo e da nossa mente?

     Uma das mais preocupantes características da nossa civilização é o estresse. A falta de autopercepção. Às vezes, só paramos, descansamos, quando já estamos esgotados ou doentes. E aí, o “amarelo” é o amarelo do desânimo, o “laranja” é o laranja do excesso, o “marrom” é o marrom da exaustão de forças!

     A reflexão a que nos convido é: quão insensíveis nos tornamos às nossas próprias necessidades a ponto de não considerarmos o que realmente é vital? Quão “cegos” temos sido aos limites que o nosso corpo pede, necessita e aos quais só olhamos quando a doença bate à nossa porta?!

     Como já comentei em outro momento, em Psicologia Transpessoal existe um termo que define isso: normose, a neurose da normalidade. Vamos normalizando o cansaço, a urgência de tudo e acabamos nos acostumando até com o que é ruim, e deixamos de “ouvir” as necessidades do próprio corpo. Esquecemos que nesta dimensão, sem um corpo saudável, não há Vida plena, possibilidade de nos realizarmos profundamente, v-i-v-e-r-m-o-s!

     Se você tem negligenciado seu próprio corpo e os sinais que ele possa estar lhe dando (dores musculares, dores de cabeça, travamento da coluna, distúrbios gastrointestinais, distúrbios do sono etc.), cuidado! Você pode estar entrando numa rota perigosa, a do adoecimento.

     Ao negligenciarmos os sinais do corpo, negligenciamos a nós mesmos e a consequência é sofrimento, caro leitor. Perceber-se e, mais que isto, respeitar-se é uma questão de compromisso com a Vida! Com a SUA Vida!

     Que você possa ter cada vez mais consideração consigo mesmo, com o fluxo de Vida que o atravessa, mas que necessita da sua consideração e respeito!

     Paz, Bem e muita Saúde para você!

 

Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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Isabel Patrício Marques - 26/03/2024 07h38
Sim! É verdade que a grande maioria dos seres humanos estão esquecidos de si e têm dificuldade em perceber seus limites e sr ouvir... Somente quando o corpo adoece é que são obrigados a parar. Eu mesma já transitem por esse lugar e não foi nada agradável perceber que fui eu mesma quem me pus lá...