Por Adriana Passari - @adrianapassari

 

A revolta das impressoras

 

Era sexta-feira, nem era 13. O dia começou tranqüilo. Só começou.

A impressora do escritório cansada de ser tratada com frieza, sem cuidados, como se fosse uma máquina sem sentimentos foi a primeira a se rebelar. Parou de funcionar depois das primeiras impressões do dia.

Desliga e religa. Reinicia o computador. Pede ajuda. Reza. Chama o técnico (que está muito ocupado e não vem). Nada parece satisfazer os anseios daquela máquina que parecia tão humilde e serena naquele canto. Está em greve oficialmente.

A solução é mandar por e-mail e correr para o escritório de um amigo lá perto. Por segurança gravar tudo no pen drive e levar no bolso, caso a internet esteja travada.

Lá chegando, abre o arquivo e inicia o processo de impressão. Ah, que alívio, parece funcionar... Só parece.

O cartucho de tinta desta nova impressora, solidária àquela outra, começa a falhar. O trabalho fica pela metade e o prazo está esgotando. Que desespero. Total.

Com o mesmo pen drive que (ainda bem) está no bolso, nova corrida. Desta vez até a lan house mais próxima. 

Lá chegando, está constatada oficialmente, a greve é generalizada. A categoria se uniu pra provar sua relevância. A fila para utilizar as duas únicas fura-greve é enorme. Exigindo que nós seres humanos insensíveis aprendamos, a duras penas, a lição. Elas têm o poder e merecem respeito. A esta hora a eficiência da entrega já foi danificada. O jeito é esperar e meditar. Ainda bem que amanhã é sábado. Bom descanso!

Charge de @lucasleibholz

Confira o áudio - Adriana Passari fazendo histórias

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