Tocando Agora: ...

Coluna - Crônicas do bem viver musical

Publicada em: 13/03/2025 07:10 - Colunas

26. Carnaval

 

“Olha que eu conheço essa cara

Você chegou de cima

Vem comigo, toma a chave do meu coração

Eu já entrei no clima

Olha que eu conheço esse pique

No seu teatro também quero ser atriz

Deixa eu sair no seu bloco

Me laça, me beija, me faça feliz

O sol raiou

Tomou conta da praça

Sua energia

O sol raiou

Prá dizer ao país

Que hoje é o dia D.”

Música: Energia de Elba ramalho.

 

Eu nasci num sábado de carnaval. Sempre gostei e sempre cantei no carnaval.

Desde 1994 quando entrei na Banda Opus, cantei anos a fio nos carnavais.

Os carnavais em clubes estavam no auge, cantei no Cristovão, no Clube de Campo, no Atlético, até no Palmeirão, sem falar nos bailes de carnaval de outras cidades.

Os preparativos começavam meses antes, com a escolha do repertório, figurino etc. Todo ano tinha a música que era o “hit” do momento e a gente aprendia pra cantar e fazer a dancinha. Cantar em banda é um “baita” aprendizado, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. E se for uma banda grande com dançarinos, metais, teclados, guitarra, baixo, bateria e percussão fica ainda maior a responsabilidade dos cantores.

Ah...eu me sentia uma celebridade, todos dançando e cantando junto comigo. É uma energia sensacional.

Hoje o perfil do carnaval mudou muito e até de outros tipos de evento que eu fazia, como bailes de datas especiais. Dia das Mães, Baile de Aleluia, do Dia dos Namorados, Baile do Hawai, Bailes de formatura, enfim...tudo era motivo para se ter um baile (risos). Foi um período romântico, em que todo mundo aguardava ansiosamente para ir ao clube dançar.

Agora os Blocos estão em alta com trios elétricos e as escolas de samba ficaram mais para o eixo Rio/São Paulo.

Ainda acredito que seja a festa cultural mais eclética e democrática que o país possui, porque uma infinidade de estilos musicais que foram agregadas ao que antes eram marchinhas, sambas enredo, frevos, axés e pagodes.

No que tange a qualidade das letras...aí já fica complicado, porque tem algumas muito vulgares, mas quem viveu o auge de “É o tchan” e outras modinhas dos anos 90, não pode falar muito não.

Por fim, eu sinto um movimento cíclico, que assim como o da moda vestual que está sempre revisitando o passado para reinventar o presente, a música e os costumes de festas como a do carnaval, também acabam por trazer referências passadas para nos apresentar “velhas novidades”. Então, talvez os bailes nos clubes também tenham seu “revival[1]”.

 

“A minha alegria atravessou o mar

E ancorou na passarela

Fez um desembarque fascinante

No maior show da Terra

 

Será

Que eu serei o dono desta festa?

Um rei

No meio de uma gente tão modesta

Eu vim descendo a serra

Cheio de euforia para desfilar

O mundo inteiro espera

Hoje é dia do riso chorar...”

 

Música: É hoje de Didi e Mestrinho

 



[1] Revival palavra inglesa que significa Ressurgimento; Reavivamento.


Colunista:


Wana Narval

Cantora, pedagoga, licenciada em Música, mestre em Educação e escritora, é uma artista atuante na cidade de Piracicaba, participando de diferentes projetos culturais. Já cantou como back vocal com a dupla Cézar e Paulinho e foi vocalista na banda Opus, Falando da Vida, Revivendo. Intérprete versátil e eclética, domina diversos estilos musicais e canta em variadas línguas, atualmente integra a Banda Claro Cristal, Banda JáQue, Ternamente eclético, Casa de Noel, como a Mamãe Noel e o Duovox.

Instagram @wananarval

Email wanabackvocal@hotmail.com

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